ÁGUA: especialistas apontam riscos de contaminação devido a agrotóxicos

por Pâmela Caetano

Os índices de áreas plantadas em Vilhena cresceram 238% em 2017. O uso de agrotóxicos também aumentou, em decorrência dessas produções. Mais de 150 tipos diferentes de agrotóxicos cancerígenos passaram a ser consumidos diariamente na região.

Essa situação preocupou os especialistas em meio ambiente Alessandro Bueno e Elaine de Souza. Eles acreditam que a água do Aquífero dos Parecis, que abastece as torneiras de toda população vilhenense, já esteja contaminada por agrotóxicos. A contaminação pode não ter acontecido graças às particularidades do solo, como defende o químico especialista em água e membro do Conselho Municipal do Meio Ambiente, Carlos Gava.

A preocupação dos biólogos é a forma descontrolada como crescem as lavouras próximas da cidade. A nascente do aquífero está rodeada por grandes produções agrícolas e submersa por agrotóxicos. Segundo a bióloga Elaine de Souza, a contaminação acontece devido à alta capacidade de infiltração e permeabilidade do solo.

As chuvas e do escoamento das águas contribuem para a contaminação pelo solo, como explica Alessandro Bueno, biólogo, geógrafo e especialista em meio ambiente. “Os agrotóxicos, principalmente o glifosato, o mais consumido nas lavouras de Rondônia, são depositados nas produções e permanecem no solo por um período incalculável de dias. Com as chuvas e por meio do escoamento das águas o solo suga todas essas moléculas”, garantiu.

A formação do solo local faz o químico especialista em água, Carlos Gava, acreditar que não existe essa contaminação por agrotóxicos da água vilhenense. “A chapada dos Parecis tem como formação geológica o arenito e os espaços arenosos que trabalham juntos e realizam funções similares a uma esponja. Ou seja, eles não permitem a passagem de micropartículas e são vistos quimicamente como hiperfiltros naturais”, revelou.

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Toda a água potável consumida pelos habitantes da cidade é fornecida pelo Aquífero dos Parecis e armazenadas em poços semiartesianos. O aquífero possui nascente no estado do Mato Grosso, o maior consumidor de agrotóxicos do Brasil, onde permanece com 91% da sua potência, possuindo apenas 9% em Vilhena.

Segundo o representante do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), estão sendo realizadas as medidas necessárias para a prevenção de possíveis contaminações na água.