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Documentário regional “O Mítico na Amazônia” revive a magia dos contos Folclóricos

Curta resgata lendas amazônicas como o Boto Cor-de-Rosa, o Curupira e a Matinta Pereira, celebra a cultura regional e promove a preservação do patrimônio imaterial por meio da arte e da educação
Por Vitoria Rilary, Gustavo Moret e Vinicius Roberto
Documentário foi exibido pela primeira vez no auditório da OAB/RO
Foto: Henrique Passos/Documentário “O Mítico na Amazônia”

Na vastidão verde da floresta amazônica, onde o mágico e o real se entrelaçam, surge um projeto que busca resgatar e perpetuar as lendas tradicionais que moldam a identidade do povo amazônida. “O Mítico na Amazônia”, documentário idealizado pela professora Monique Pereira, convida o público a redescobrir personagens como o Boto Cor-de-Rosa, a Matinta Pereira e o Curupira. 

 Montagem de três retratos estilizados. À esquerda, um homem de expressão forte usa um chapéu rosa, evoca a figura do Boto Cor-de-Rosa. No centro, uma idosa de cabelos grisalhos presos, com ar sábio e imponente, representa a Matinta Pereira. À direita, uma criança de perfil com cabelos espetados em tom vibrante, simboliza o Curupira. O fundo de cada retrato reflete tons e luzes da floresta, transmitindo a conexão com o ambiente amazônico e seus mitos.
Boto-cor-de-rosa, Matinta Pereira e Curupira, respectivamente
Foto: Patricia Grenhas/Documentário “O Mítico na Amazônia”

A obra, contemplada pela Lei Paulo Gustavo, foi exibida pela primeira vez no dia último dia 16 no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o propósito de reacender no imaginário infanto-juvenil a riqueza dos mitos regionais. 

Fotografia colorida. Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil na sede de Rondônia durante a exibição do documentário. No telão, uma mulher compartilha sua história, enquanto o público acompanha atento. Ao lado esquerdo do telão estão as bandeiras do Brasil, de Rondônia e da Ordem dos Advogados de Brasil.
Comunidade de Porto Velho foi convidada pelas redes sociais para assistir à primeira exibição aberta do documentário
Foto: Henrique Passos/Documentário “O Mítico na Amazônia”

Resistência cultural e identidade amazônica

“Os mitos amazônicos são muito mais do que contos populares: eles expressam uma visão de mundo, uma forma de se relacionar com a natureza, com o sagrado e com o coletivo. Recontá-los é também um ato de resistência cultural”, afirma Monique Pereira. 

Fotografia colorida. Monique Pereira mulher está sentada em uma poltrona vermelha, segura um microfone com a mão direita e um papel na mão esquerda, enquanto lê algo para o público. Ela está vestida com um top preto de alças finas, usa óculos de armação clara e possui uma tatuagem floral no braço esquerdo. À sua frente, sobre a mesa de madeira, estão dispostos materiais impressos.
Monique Pereira, idealizadora do documentário, abriu o evento de exibição do curta
Foto: Henrique Passos/Documentário “O Mítico na Amazônia”

A iniciativa, além de celebrar as narrativas orais, destaca-se por promover oficinas e ações culturais que utilizam linguagens artísticas para preservar e difundir essas histórias como patrimônio imaterial.

A produção do documentário foi feita por uma equipe de cinco pessoas e levou aproximadamente um ano e meio para ser concluída. Envolveu a escuta ativa de narrativas orais e uma pesquisa cuidadosa em fontes literárias. Durante as filmagens, as experiências vividas pelos participantes ganharam protagonismo, conferindo à obra uma dimensão autêntica e visceral. Um exemplo é o relato sobre o Curupira que, segundo Pereira, foi especialmente marcante. “A família que compartilhou essa história teve uma experiência única. Nela, fantasia e realidade se misturam, mostrando como essas narrativas permeiam as comunidades”, ressalta a idealizadora.

Conexão com o público jovem

Ao promover o reconhecimento dos mitos como elementos vivos da cultura regional, a cineasta espera sensibilizar principalmente as crianças e adolescentes para a riqueza cultural da Amazônia. “Queremos gerar um sentimento de pertencimento que seja transmitido de geração em geração”, diz. Essa perspectiva educativa está alinhada à proposta de levar o documentário a escolas públicas de Porto Velho e, futuramente, a comunidades ribeirinhas e outros municípios, estimulando debates sobre o valor simbólico dessas histórias.

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