Projeto identifica nascentes e fortalece consciência ambiental em comunidades do Baixo Madeira
Projeto promove ações educativas em comunidades do Baixo Madeira com apoio técnico e participação das escolas
Por Mirla Mota, Taiana Mendonça e Ângelo Oliveira
A Organização Raiz Nativa deu início ao Projeto “Identificação das Nascentes de Cujubim Grande, Cujubinzinho e Entorno”, com o apoio de emenda parlamentar da deputada Claudia de Jesus e parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sedam). O lançamento, realizado no dia 31 de maio, ocorreu em cerimônia realizada na Escola Raimundo Nonato Vieira da Silva, na comunidade Cujubim Grande. A iniciativa busca mapear e preservar 113 nascentes distribuídas em mais de 9 mil hectares da zona rural de Porto Velho, abrangendo diferentes comunidades do Baixo Madeira.
O projeto tem como missão promover a educação ecológica, incentivar práticas de preservação ambiental e ampliar a participação social na gestão dos recursos hídricos locais. Além de identificar áreas degradadas, a equipe espera despertar o envolvimento de moradores, estudantes, professores, empreendedores e trabalhadores da região.
A ação também visa envolver os grandes empreendimentos da área, como os portos Bertolini, Joel e Maggi, bem como proprietários de chácaras, sítios e pequenas fazendas, que serão incentivados a repensar sua relação com os igarapés e rios. “A ideia de que tudo o que não presta deve ser jogado no rio precisa ficar no passado”, destaca Elias Corrêa Alves, Presidente da Organização Raiz Nativa.

Foto: Acervo da Instituição Raiz Nativa
Com mais de 150 alunos e professores participando diretamente, o projeto já demonstrou impacto na mudança de percepção ambiental. Elizabete Ribeiro Rodrigues, Coordenadora de Projeto da Raiz Nativa, afirma que os alunos estão vendo o meio ambiente com outros olhos. “Antes era só um assunto de sala de aula, agora eles entendem que os igarapés e lagos da região fazem parte da nossa vida”, conta. Os reflexos da degradação, como o desaparecimento de córregos antes perenes, acenderam o alerta sobre a urgência de preservar. Os dois grandes lagos da região, fontes de lazer, biodiversidade e até turismo ecológico, dependem dessas nascentes para sobreviver.

Foto: Acervo da Instituição Raiz Nativa
Nos próximos meses, os dados levantados serão apresentados ao Estado, ao município e a empresas locais, buscando apoio financeiro para restaurar as nascentes mais degradadas. Há ainda planos de expansão do projeto para áreas urbanas da capital por meio da SEMA e em colaboração com escolas, unidades de saúde e moradores já engajados na causa.
Apesar de algumas resistências iniciais, o projeto tem construído um diálogo baseado na conscientização, não na punição.