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JORNALISMO EM VILHENA: decano discursa em colação para últimos formandos

O decano do curso de Jornalismo da UNIR, professor Sandro Colferai, foi aluno da primeira turma em Vilhena e voltou para ser professor. Segue seu discurso na última formatura de estudantes do curso em Vilhena, na noite de 07 de julho de 2023:

Foto: Rafaela Alves (@raphaja)

“Boa noite, a todas e todos.

Saúdo ao professor Juliano Cedaro, nosso vice-reitor, no exercício da Reitoria da UNIR, e o diretor do Campus de Vilhena, professor Claudemir de Paula, em nome de quem saúdo a todos, especialmente aos colegas do Campus de Vilhena. Depois de 23 anos como aluno e depois professor, entre 1996 e 2019, sempre serei daqui.

Saúdo aos estudantes que hoje tornam-se bacharéis e licenciados pela única Universidade pública de Rondônia, e se juntam a dezenas de outros milhares de profissionais formados pela UNIR ao longo de 41 anos. Vocês, como aqueles, entenderão o quanto faz diferença ter passado por uma Universidade com Educação plural, crítica e cidadã, e penso que esta é uma percepção compartilhada com os professores Allysson Martins e Marcus Fiori, que também vieram de Porto Velho para estar junto com os alunos de Jornalismo que colam grau hoje.

Aos estudantes concluintes de Jornalismo, e falo especialmente a elas e eles, acredito que já entendam o quão é fundamental a crítica e a abordagem cidadã em uma sociedade que se polariza e, busquemos sempre o contrário, teima em rumar para a barbárie.

Se vivemos um momento de tantas e tão duvidas informações em circulação, e de críticas ao Jornalismo, tenham certeza que é justamente agora que a defesa do Jornalismo profissional, e do exercício da Comunicação voltada para a cidadania, e calcada nos mais fundamentais princípios civilizatórios, se fazem absolutamente necessárias. Jornalistas comprometidos com estes princípios são fundamentais, e sei que a trajetória acadêmica de cada uma e cada um proporcionou esta noção a vocês.

Hoje é um dia de festa para todas e todos, e também é o dia em que, do modo como entendo, se fecha um longo ciclo iniciado a mais ou menos um quarto século. Na segunda metade da década de 1990 as coisas por certo eram diferentes. Os jornais ainda eram impressos e as redes sociais não existiam. Foi neste mundo que professores aqui do Campus de Vilhena, principalmente do curso de Letras, propuseram a criação do curso de Jornalismo.

E aqui lembro dos nomes do professor Osvaldo Copertino, então diretor do campus, e da professora Araci Weiber, entre os que não apenas propuseram, mas tornaram possível a instalação do primeiro curso de Jornalismo em uma instituição pública no Interior da Amazônia. Por si só isso já é muito.

Eu sei dos esforços para estruturar um curso de Comunicação há mais de duas décadas. Eu estava lá, fui aluno da primeira turma. Antes dos primeiros professores de Jornalismo, os docentes de Letras assumiram as aulas. Os alunos eram jornalistas práticos em busca de formação acadêmica, e jovens de Rondônia, Mato Grosso e Acre que ansiavam por se tornar jornalistas. E a UNIR os formou: depois de todo este tempo – desde a primeira defesa de TCC, feita por Maria Gabriela em 2006 – são quase 200 jornalistas graduados pela UNIR em Vilhena.

O curso deu novos ares ao campus, novos ânimos para docentes e à pesquisa. São marcas de sucesso. O curso de Jornalismo em Vilhena é o mais absoluto sucesso: hoje não se liga a TV em Rondônia sem que haja um egresso da UNIR na tela; há gente em rede nacional; há ex-alunos em centros de pesquisa; ministrando aulas em cursos de comunicação e pós-graduação; há sonhos que foram realizados; e Rondônia foi posto no mapa da pesquisa em Comunicação no Brasil e na América Latina. Depois de 20 anos, cumpriu seu ciclo.

Primeiro como aluno de Letras, depois de Jornalismo, e finalmente como professor no Jornalismo, acompanhei cada etapa. E por ter estado por perto, devo destacar mais uma vez a importância do professor Osvaldo Copertino para a instalação do Jornalismo, em busca não apenas de mais um bacharelado, mas também pela criação de novos despaços acadêmicos de pesquisa, e cultura e de efetiva vivência universitária. Também aí o Jornalismo por aqui foi exitoso: a imagem da Universidade na comunidade foi renovada e as marcas foram deixadas não apenas nas redações, mas também na cena cultural de Vilhena.

Por ter visto de dentro tudo isso, não posso deixar de destacar a professora Elisabeth Kimie Kitamura, a paraninfa hoje aqui. Beth foi a figura constante do curso ao longo de quase toda sua trajetória, entre tantos outros que vieram e se foram. E é parte fundamental de um processo exitoso do Jornalismo da UNIR, que cumpriu seu papel em Vilhena e segue ampliando os espaços na Universidade.

Sem a experiência de Vilhena não haveria o Jornalismo da UNIR em Porto Velho; sem os aprendizados em Vilhena não haveria um Mestrado em Comunicação na UNIR; apenas tendo sido curso em Vilhena é que o Jornalismo da UNIR se percebe parte da totalidade que a Universidade é em Rondônia, tanto ribeirinha como migrante, diversa e múltipla.

Parabéns aos que colam grau hoje, bacharéis em Ciência Contábeis, Administração, aos licenciados em Letras e Pedagogia. Parabéns aos que se forma jornalistas neste fechamento de ciclo. Parabéns e obrigado aos que assumiram os desafios de trazer o Jornalismo para a UNIR.

O primeiro quarto de século do Jornalismo da UNIR foi em Vilhena, foi apenas o primeiro, e fez toda a diferença.

Para concluir com uma citação, me socorro em Carl Segan: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer dividir um planeta e uma época com você[s]”.

Viva o Jornalismo! Vida longa à UNIR!”

Morcegada

Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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