Câncer de próstata aparece como segundo que mais atinge homens
por Daiane Maduro e João Regert Neto
13.354 mortes foram ocasionadas pelo câncer de próstata, segundo os dados de 2012 do Instituto Nacional do Câncer. Várias vidas poderiam ter sido salvas com um simples exame preventivo: o toque prostático. 95% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados em fase avançada por causa da resistência dos homens em ir ao médico, segundo o Instituto Lado a Lado.
+ Novembro Azul conscientiza sobre a importância de exames na próstata
+ Nilton Migiyama: médico aponta problemas e tratamento na próstata
Muitos homens se recusam a fazer o exame do toque, devido ao preconceito advindo de uma cultura machista. Mesmo aqueles que sentem sua masculinidade questionada, não podem se eximir do exame, que é o mais indicado para diagnósticos de eventuais problemas na próstata. Para o médico urologista, Nilton Migiyama, o machismo e o preconceito contribuem para essa realidade com números alarmantes.
O câncer de próstata pode ficar de 10 a 15 anos dentro de uma pessoa sem manifestar nenhum tipo de sintoma, por isso os exames devem ser feitos periodicamente para que o câncer ou qualquer outro problema não seja diagnosticado em estado avançado. “A falta de conhecimento contribui. Quando a gente desconhece uma situação, tende a ter medo e criar tabu. O nosso corpo é uma máquina que, infelizmente, não tem peça de reposição; tem que consertar o que tem e às vezes tirar algum órgão do sistema que não está funcionando bem”, revelou Migiyama.
Foi o que aconteceu com José Gonçalves. O aposentado foi diagnosticado com câncer de próstata aos 70 anos, em um exame ocasional, feito por causa do histórico familiar. “Minha família toda morreu de câncer. Minha mãe e minha vó morreram de câncer. Eu fui porque senti de ir, já estava com 70 anos, e, quando descobri meu câncer, já estava avançado”, contou. José teve a preocupação que muitos homens não possuem. Mesmo com o câncer em estado avançado, após um longo tratamento, obteve a cura. Para ele, o momento mais difícil foi a biópsia, conforme áudio.
Dilvo Danelli, de 50 anos, é um dos pacientes de Nilton Migiyama, mas realiza exames periódicos desde cedo por causa do seu histórico. “Devido ao meu histórico de doenças, eu tive de começar bem cedo. O primeiro exame que fiz foi aos 28 anos, foi necessário”, revelou.
Dilvo fez os exames ainda cedo por indicação médica, não apenas por iniciativa própria. Ele reforça a importância do incentivo da sua esposa, que o acompanha nos exames. “Às vezes, é melhor ser constrangido, dois ou três minutos, do que ter um sofrimento longo”, disse. Ele também conta que se sentiu constrangido principalmente pela timidez. “Eu sou bastante tímido e na primeira vez foi horrível. Meu Deus! Nunca tinha ficado nu na frente de um homem”, explicou.
Pingback: Novembro Azul conscientiza sobre a importância de exames na próstata – MORCEGADA