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Ansiedade e depressão aumentam durante pandemia

Por Ana Laura Cunha, Agner Mendes e Cleisson Vitor Soares | Orientação: Thales Pimenta, professor de Jornalismo na UNIR

Ansiedade, depressão e estresse apresentam números expressivos após o início das medidas de isolamento social. Cerca de 80% da população se sente mais ansiosa, 68% apresenta sintomas de depressão, 65% expressam sentimentos de raiva, 63% apresentam sintomas físicos relacionados a questões emocionais e 50% relatam alterações no sono. A pesquisa foi realizada pelo Laboratório de Psiquiatria Molecular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), entre 20 de maio e 14 de julho de 2020, com o foco de identificar os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde mental da população brasileira.

O impacto do consumo das redes sociais também é objeto de estudo, uma vez que tanto notícias falsas e falta de informação quanto o excesso de informações podem ser danosos ao equilíbrio mental. Os resultados foram obtidos através de formulários que poderiam ser preenchidos on-line por participantes de todo o país, sob coordenação de Adriane Costa. Quase 2 mil pessoas responderam aos questionários, que continham perguntas relacionadas a sintomas de estresse, depressão, ansiedade, além de colher informações sociodemográficas dos participantes e sua percepção negativa ou positiva da pandemia e o nível de conhecimento sobre o coronavírus (COVID-19).

A psicóloga e analista de comportamento, Francielle Canhin, que atua na área há 10 anos, aponta que questões socioeconômicas e ambientais como as enfrentadas atualmente no país têm influência direta no campo da saúde mental. “Estamos regidos por agentes de controle de comportamento como economia, leis políticas, cultura e religião. Tudo isso rege a vida do ser humano. A partir do momento em que uma delas passa a ficar vulnerável, o bem-estar do ser humano fica em xeque”, afirma a profissional.

A pandemia evidenciou os medos, a sensação de isolamento e a finitude da vida, além de maximizar problemas sociais como desemprego, fome e dificuldades de acesso à saúde de qualidade. Estes itens impulsionaram a procura por serviços destinados a cuidar da saúde mental, segundo o psicólogo Gedeon Ferraz, que atua em clínica particular e em atendimento escolar.

A pandemia, o isolamento e o número de mortes serviram como gatilhos para potencializar a ansiedade, para a psicóloga Brenda da Silva, que atende no setor público e no privado. Quando questionada sobre quais seriam as medidas de prevenção e enfrentamento da ansiedade, além de recomendar psicoterapia, a psicóloga respondeu: “É preciso tentar criar hábitos mais saudáveis, buscar por momentos de calma, desenvolver atividades para o seu bem-estar, como uma caminhada, ler um livro, desenhar, escrever, assistir coisas engraçadas. Dentro da realidade de cada pessoa, é importante que desenvolva coisas que lhe traga momentos de calma, equilíbrio e satisfação”.

Morcegada

Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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