EspecialVilhena 40 anos

Vilhena comemora 40 anos de fundação

por Maria Victória Ferreira e Wesley Tavares

O quarto município mais populoso de Rondônia logo será quarentinha. Vilhena comemora os seus 40 anos no dia 23 de novembro de 2017 com o segundo melhor IDH do estado e uma população de aproximadamente 100 mil habitantes, segundo censo de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Localizada na entrada da Amazônia Ocidental, é conhecida como Portal da Amazônia. Expande-se a cada ano nos setores de indústria, comércio e serviços, além de ser considerado importante pólo agrícola da região.

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A história de Vilhena, contudo, começa muito antes de sua emancipação. Por volta de 1700, a região já era conhecida por bandeirantes como Antônio Pires e Paz de Barro, que denominaram a área como Chapadão dos Parecis. As obras são iniciadas na região cerca de 200 anos depois. Em 1907, a Comissão Rondon começava as linhas telegráficas entre Cuiabá e Santo Antônio do Rio Madeira.

Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, chefe da Comissão Rondon. Fonte: Arquivo Nacional
Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, chefe da Comissão Rondon. Fonte: Arquivo Nacional

Em 12 de outubro de 1910, a Estação Telegráfica Vilhena foi inaugurada. A primeira estação telegráfica construída em território rondoniense. O nome foi dado por Rondon em homenagem ao engenheiro telegráfico Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, chefe da Carta Telegráfica da República e diretor geral dos Telégrafos entre 1900 e 1902.

Duas décadas depois, o posto telegráfico de Vilhena foi abandonado. Em 1938, restavam apenas duas famílias no posto. Apesar disso, as picadas feitas na mata foram essenciais para a abertura da BR-29 (Brasília-Acre), atual BR-364. Em 1959, no governo Juscelino Kubitschek, a região Norte começava a ser integrada com o restante do país.

Os fatores que possibilitaram o surgimento de povoados e posteriormente de municípios como Vilhena, Pimenta Bueno e Jaru foram vários. Segundo o site Conhecendo Vilhena, devem ser destacados ao menos quatro aspectos: o fluxo de migrantes, principalmente do sul e sudeste do país, em busca terras para desenvolvimento econômico; o clima ameno, próprio da região do planalto; a abundância de matas, que atraíram serrarias e madeireiras para a região; e a construção da BR-364.

No início de 1960, o presidente Juscelino Kubitschek chegou a visitar a região, para inauguração e vistoria de obras da BR-364. Construiu-se uma pista de pouso às pressas, o que atraiu um grande número de trabalhadores. Foi instalado ainda um destacamento da Força Aérea Brasileira e um hospital militar. Vilhena surge como ponto de apoio para a construção da rodovia. Em seguida, surgem os Projetos de Integração e Colonização (PIC), implantados pelo governo federal, e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Aeroporto Brigadeiro Camarão em 1974. Fonte: Fabio Schulze/Memória Vilhenense
Aeroporto Brigadeiro Camarão em 1974. Fonte: Fabio Schulze/Memória Vilhenense

Em 1964, começa-se a distribuição de terras da União para quem estivesse disposto a habitar a região. As propagandas do governo militar começaram a atrair migrantes dos quatro cantos do país. A fim de conservar a estrada, chega também o Quinto Batalhão de Engenharia e Construção (5º BEC), chefiado pelo comandante Todeschini, que já residia em Vilhena. Nesse mesmo período, surge também a primeira igreja católica da cidade. A comunidade Nossa Senhora Auxiliadora foi construída onde hoje está localizada a sua capela, próxima a Praça Ângelo Spadari.

5º Batalhão de Engenharia e Construção. Fonte: Gente de Opinião
5º Batalhão de Engenharia e Construção. Fonte: Gente de Opinião
Padre Ângelo Spadari. Fonte: Marcio Antonio de Araujo/Memória Vilhenense
Padre Ângelo Spadari. Fonte: Marcio Antonio de Araujo/Memória Vilhenense

O número de habitantes de Vilhena aumenta e ela passa a ser distrito de Porto Velho, em 1 de abril de 1969. Contando com cerca de 160 casas e as avenidas Marechal Rondon, Major Amarante e Capitão Castro, recebeu o Cartório de Registro Civil e o Juizado de Paz. Cinco anos depois instalava-se a seção eleitoral (104) no Distrito de Vilhena.

O administrador da época era o Gilberto Barros de Lima, que permaneceu no cargo de 1973 a 1977, ano em que o presidente Ernesto Geisel sancionou a Lei nº 6.448. Assim, criou-se o município de Vilhena, cuja fundação se deu no dia 23 de novembro de 1977, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Renato Coutinho dos Santos foi nomeado e empossado como primeiro prefeito de Vilhena, pelo então governador de Rondônia, Humberto da Silva Guedes.

Em 1979, a Câmara Municipal de Vereadores de Vilhena foi criada e reestabelecida pelo Decreto-Lei nº 7 de 1982. A população era estimada em 800 habitantes e várias serrarias começam a se instalar na cidade. Em 1 de fevereiro de 1983, o primeiro prefeito eleito e empossado pelo voto popular é Vitório Abrão. Entre as forças que ajudaram a construir a cidade, podemos destacar o policiamento e a mídia, que estiveram presentes desde o início das migrações.

Morcegada

Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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