Campeonato esportivo InterUunir estreia oitava edição regada a tradição e competitividade no campus da Unir em Porto Velho
Por Larysse Rodrigues e Olavo Bilac

Foto: Larysse Rodrigues
A competição entre atléticas da Universidade Federal de Rondônia (InterUnir) estreou na última quarta-feira, 18, às 17h30, na quadra “Tatuzão” do campus José Ribeiro Filho, em Porto Velho. O evento é uma ação de grande importância para os discentes, pois além do fomento à prática de atividades físicas, visa fortalecer os cuidados com a mente em períodos intensos de responsabilidades acadêmicas. São 10 dias de campeonato, divididos entre as modalidades individuais – Sinuca, Tênis de Mesa, Truco e Xadrez – e as modalidades coletivas – Basquete, Futsal, Handebol e Voleibol.
DESENVOLVIMENTO
O InterUnir é organizado por discentes da Unir que integram a Liga das Atléticas da Federal (Lafe), com apoio da coordenadoria de Esportes da Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis (Procea). A liga é formada por representantes de nove atléticas da instituição que discutem os locais dos jogos, a elaboração da tabela do campeonato, os locais para alimentação durante as partidas, a publicidade e outros eventos relacionados, além de outras atividades que competem às coordenadorias.

O estudante de Biblioteconomia, Mateus Xavier, atual presidente da atlética Atlas e da Lafe, explica como é desenvolvida a organização do evento. “Separamos as demandas em nove coordenadorias. Cada uma delas tem uma ou mais atléticas inseridas, isso varia de acordo com a dificuldade de cada uma. Temos a Atlas na presidência, que divide a coordenação geral com a Predadora, a Demolidora na Arbitragem, a Esmagadora em Eventos, a Lendária na Alimentação, a Macabra em Esportes, a Neurótica e a Perversa integram a coordenadoria de Arbitragem, a Demolidora também está responsável pela Secretaria e, para finalizar, temos a Titânica que desenvolve o Marketing do campeonato. A presidência e as coordenadorias foram determinadas por meio de sorteio”, explica Xavier.
Durante as primeiras seis edições do evento, toda a organização e financiamento foi estruturado pelo corpo de alunos, por meio de arrecadação. A principal receita vem de valores arrecadados por inscrições de atletas, além dos lucros do tradicional “Baile de Federa”, um evento noturno com presença de DJs e de outras ações de entretenimento. Em 2024, a Procea, por meio da Coordenação Esportiva, começou a ajudar fornecendo um valor de licitação para o pagamento da arbitragem do campeonato. Em 2024, o valor cobriu os custos de toda a arbitragem. Em 2025, apenas as modalidades Basquete, Futsal e Handebol foram contempladas, deixando o pagamento da arbitragem de Voleibol, Xadrez e Sinuca novamente à cargo da Lafe.
O coordenador de Esporte e Lazer da Procea, João Bernardino de Oliveira Neto, comenta sobre a importância do campeonato e o planejamento da instituição para as próximas edições. “A gente procura fazer o que pode, dentro de nossas expectativas. O bom seria que tivéssemos em nosso calendário, mas talvez no futuro bem breve, a gente possa adicionar”, sinaliza o coordenador.
A participação e o apoio da Procea vem desde o início do ano, quando representantes da coordenadoria se reuniram com representantes da pró-reitoria. Segundo Oliveira Neto, “desde o início já começamos a trabalhar, fizemos uma licitação, que acredito ser um sucesso para esse apoio, para o pagamento da arbitragem dos jogos, quase na sua totalidade, além de infraestrutura e acompanhamento da organização, fortalecendo o empenho dos acadêmicos”.
OPERACIONAL

Foto: Maurício Júnior
Durante o evento, por conta do corpo organizador também ser atleta, e pela necessidade de pessoal para manter o pleno andamento da competição, a Lafe recebe o apoio de alunos voluntários que desenvolvem atividades de fiscal de quadra, transporte de materiais, elaboração de súmula, entre outras. Em contrapartida, os voluntários são certificados com horas complementares. Vale ressaltar, o transporte, a alimentação e o treinamento para os voluntários são responsabilidade da Liga.
Gráfico com a quantidade de atletas, quantidade de jogos e quantidade de voluntários:

PREPARAÇÃO

Para manter a competitividade, as atléticas treinam o ano inteiro, além de realizarem rifas e criarem produtos para comercializar, a fim de manter e adquirir material esportivo. Acompanhamos os treinos de algumas atléticas e apuramos suas expectativas, insatisfações e como dividem as responsabilidades da vida pessoal, acadêmica e atleticana.
O discente de Direito Vinicius Ferreira explicou como a atlética Perversa se preparou para o InterUnir. “Após uma reunião com a mesa diretora da Perversa, em fevereiro, determinamos que os representantes de cada modalidade ficariam responsáveis por buscar novos atletas e convocar os veteranos para os treinos. Normalmente, nossos treinos acontecem durante a semana, após as 22h, e nos fins de semana. É bem cansativo, tem dias que chegamos muito tarde em casa”, confessa.
Para a presidente da atlética Lendária e coordenadora de Alimentação da Lafe, Bárbara Stéfane, a Procea poderia assumir mais responsabilidades, de forma que os organizadores não seriam prejudicados com a quantidade de demandas durante o primeiro semestre do ano, tendo que fazer malabarismo para conciliar as atividades. “Eu sou presidente que joga, então tenho que estar presente em todos os treinos pois jogo em todas as modalidades. Às vezes não consigo comparecer por ter alguma demanda da Lafe para organizar, pois apenas o presidente ou vice tem autonomia”, desabafa.
IMPACTO NA SAÚDE MENTAL
O psicólogo Luís Guilherme Bertuci afirma que a prática esportiva pode trazer benefícios em tratamentos psicológicos. “Quando a gente faz a prática de exercício físico, seja ela qual for, a gente está fazendo uma atividade que proporciona uma liberação muito grande de vários neurotransmissores como a dopamina, a serotonina e a endorfina, que faz com que naturalmente nosso corpo regule e acalme essas emoções que são mais negativas, como ansiedade, raiva, ou muitas vezes a tristeza”, explica Bertuci.
O psicólogo explica cientificamente como participar de competições como o InterUnir impacta na aprendizagem. “Participar dessas competições ajuda também nas questões cognitivas, faz com que a gente tenha aumento do hipocampo, que é responsável pela memória, faz com que a gente tenha aumento do córtex pré-frontal, que é responsável pelo raciocínio, pelo planejamento e também pela melhora de funções executivas, como novamente a questão do planejamento e organização”, finaliza o profissional.
ABERTURA
A abertura contou com a participação da reitora da Unir, Marília Pimentel, representantes da Procea e da Prefeitura do Campus, e delegações das nove atléticas participantes. Durante a cerimônia os atletas vencedores das modalidades individuais, competidas tradicionalmente no fim de semana anterior às competições coletivas, foram premiados após o discurso da mesa organizadora. Com o encerramento da cerimônia, foram disputados os primeiros cinco jogos, sendo dois de voleibol, dois de futsal e um de handebol.
Questionada sobre o futuro da competição, a Procea informou, em nota, que, “está comprometida em fortalecer e expandir a prática esportiva em toda a Unir. Já estamos em diálogo com os comitês esportivos dos demais campi e elaborando, em conjunto, estratégias para levar a proposta do InterUNIR para outras unidades da UNIR”.
