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MIGRAÇÃO: venezuelanos se dividem sobre permanência em Vilhena

por Kézia Rodrigues

A situação da Venezuela provocou a migração de três milhões de pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Muitos se encontram em situação de vulnerabilidade. Em março de 2019, o governo federal realizou duas viagens da operação de acolhida, com mais de 5.200 venezuelanos. A intenção era interiorizar os refugiados, que se concentram em Boa Vista, capital de Roraima, devido à proximidade com seu país. Eles chegaram individualmente a Vilhena, depois, em grupos.

Em 2019, foram atendidos em torno de 1.500 imigrantes em Porto Velho, de acordo com o Programa para Imigrantes e Refugiados (PENA). Com a dificuldade de encontrar moradia, alimentação e emprego, os venezuelanos se deslocaram para o interior do estado. Em Vilhena, receberam auxílios básicos, como comida, roupa, colchão, forro de cama e fogão. “Em seguida, como era da vontade deles, foi providenciado um micro-ônibus pela prefeitura para levá-los a Cuiabá”, relata a secretária de Assistência Social, Patrícia da Glória.

Venezuelanos almoçam em secretaria municipal. Foto: SECOM
Venezuelanos almoçam em secretaria municipal. Foto: SECOM

O fluxo migratório venezuelano é provocado por vários fatores, como crise econômica, deterioração de serviços básicos e alto índice de violência. Muitos deixam seu país na tentativa de ganhar dinheiro e ter uma qualidade de vida melhor. Segundo a representante do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Vanda da Silva, eles foram direto a unidade pedir ajuda, quando chegaram à cidade. “Alguns querem assistência para ficar no município e outros querem apenas dinheiro para seguir em frente”, explica. Em novembro, de 23 indígenas venezuelanos atendidos, 22 tinham o objetivo de seguir viagem.

Aqueles que decidem ficar no município pedem ajuda em lugares de muita movimentação. É o caso de Jeison, que veio há seis meses com a esposa e dois filhos. Com uma casa alugada, o objetivo agora é conseguir um emprego e sair dos semáforos. Os imigrantes vivem dessas doações até conseguirem algo fixo. De setembro a novembro de 2019, foram emitidas em torno de 70 Carteiras de Trabalho para venezuelanos em Vilhena, de acordo com a chefe do Ministério do Trabalho, Vera Sabino.

Jhonnatha Alexander está em Vilhena há 3 anos. Foto: Joel Jonas.
Jhonnatha Alexander está em Vilhena há 3 anos. Foto: Joel Jonas.

Jhonnatha Arretureta Marquez, de 23 anos, vive em Vilhena há mais tempo. Ele veio com uma família brasileira, mas ficou sem moradia e trabalho. Depois de dormir na rua por um mês, conseguiu emprego em um restaurante, onde permaneceu por 3 anos. Nesse período, conheceu uma venezuelana e se casou. Com os pais ainda na Venezuela, ele envia dinheiro com frequência e afirma que não tem pretensão de sair da cidade.

Morcegada

Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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