Nilton Migiyama: médico aponta problemas e tratamento na próstata
por Daiane Maduro e João Regert Neto
O médico urologista, Nilton Migiyama, alerta que todo homem é geneticamente programado para desenvolver alteração na prostática. Essas chances aumentam conforme a idade avança, principalmente após os 40 anos de idade. É nesse período que a próstata começa a ter alterações teciduais, causando doenças como, por exemplo, prostatite (inchaço da próstata) e até câncer.
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A grande barreira para a diminuição de casos fatais é o preconceito e a falta de conhecimento das doenças e dos procedimentos. As campanhas de conscientização desconstroem e diminuem essas problemáticas, caso os homens se preocupem mais com a sua saúde. Segundo o médico, a família é fundamental para ajudar na prevenção do câncer. As mulheres, na maioria das vezes, agendam as consultas do marido, com alguns homens não sabendo a natureza do agendamento médico.
“Às vezes, eu falo que o homem é mais preocupado em levar o seu carro para revisão anual do que cuidar da própria saúde”, disse Migiyama.
O câncer de próstata é assintomático e as alterações no início são praticamente imperceptíveis. O exame preventivo se torna essencial, em especial nos homens acima de 40 anos, que são mais de 60% dos afetados pela doença. O exame mais comum é o de toque, que deve ser anual, além do exame bioquímico, com a dosagem do antígeno prostático específico (PSA).
TRATAMENTO EM VILHENA
Para os moradores de Vilhena, o Hospital de Câncer de Barretos, com unidade em Porto Velho, realiza os encaminhamentos com pouco tempo de espera para o tratamento. Segundo o médico, a rede pública em Vilhena acaba sobrecarregada pela demanda do município, que atende outras cidades próximas. Existe um levantamento em que foram diagnosticados 50 casos de câncer de próstata nas redes pública e privada no ano de 2016.
“Eu trabalho na prevenção do câncer de próstata o ano todo, não é só no Novembro Azul. Estou sempre atendendo, conversando e interagido com os pacientes”, explicou Migiyama, que atende na região há 12 anos.
O tratamento varia conforme a estágio e a gravidade do câncer. Segundo Migiyama, alguns pacientes não podem operar e são submetidos à radioterapia, que queima a próstata e destrói as células cancerígenas. Para casos mais avançados, existe o tratamento através do bloqueio hormonal. Ele pode ser feito através de uma medicação ou fazer um bloqueio na produção da testosterona pelo testículo. Se faz uma espécie de castração química no paciente, na qual é bloqueado o hormônio, que não alimenta mais o tumor, diminuindo-o. Este último tratamento é indicado somente aos pacientes que não têm mais a possibilidade de cura.
“O câncer de próstata é um dos tipos de câncer que não mata rápido, mata aos poucos. Vejo muitos pacientes de idade sofrendo, usando sonda, com muitas dores ósseas por causa da metástase, com dificuldade de urinar. Eles já estão sofrendo há algum tempo, quando o médico coloca as alternativas de tratamento e eles finalmente aceitam. Eles falam: ‘Doutor, eu só quero melhorar’”, esclareceu.



