Tradição festiva do natal existe antes de nascimento de Jesus
por Victória Ferreira e Wesley Tavares
Desde o século IV, o aniversário de Jesus é comemorado no dia 25 de dezembro. Em 221 d. C., quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, o historiador cristão Sextus Julius Africanus sugeriu que a data fosse adotada como o dia oficial de comemoração ao natal.
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Antes desse período, o natal era celebrado em diversas datas, pois não se conseguia precisar o dia de nascimento de Jesus. A revista Superinteressante faz um apanhado da história da comemoração, que se tornaria o que conhecemos hoje como natal. Os historiadores apontam que os romanos aproveitaram a data em que era realizada uma festa pagã chamada Natalis Solis Invicti, nascimento do sol invencível. Tratava-se de uma homenagem ao deus persa Mitra.
O site Jusbrasil também faz um histórico sobre o natal e aponta que uma prova de que Jesus não teria realmente nascido em dezembro é que naquela época o mês em questão era marcado por invernos rigorosos demais. Deste modo, o deslocamento de Maria e José, no evangelho escrito por Lucas, tornava-se improvável. Mesmo assim, trata-se de uma data de grande relevância para o Ocidente, uma vez que é a partir do nascimento de Jesus que começamos a marcar o ano 1 do calendário ocidental.
DECORAÇÃO NATALINA HERDA TRADIÇÕES NÓRDICAS
O natal vai chegando aos poucos nas casas e ruas com as típicas decorações da época, que permanecem nas casas até cerca de 12 dias após a comemoração. Na antiguidade, os festejos duravam por volta de 12 dias depois da data, período em que celebravam o solstício. Para o cristianismo, a justificativa é que este teria sido o tempo em que os três reis Magos levaram para chegar até Belém e entregar seus presentes ao menino Jesus. A data, em 06 de janeiro, é conhecida hoje como Dia de Reis.
Entre as decorações características do natal, as árvores se destacam em diversas casas. A tradição foi herdada da Yule, forma como os nórdicos comemoravam o solstício, com árvores decoradas, ceias suntuosas e decoração colorida. A ideia de decorar as árvores foi trazida para o continente americano por alemães, que migraram para a América no período colonial, de 1500 até 1822, no Brasil.
Outra importante decoração natalina é o presépio. Um retrato do momento do nascimento de Jesus. Os jingles de natal já fazem parte da cultura popular e são marcas registradas do período. Segundo o site católico Zenit, a cantiga de natal mais antiga registrada é Jesus, luz de todas as nações. A canção, do século IV, é atribuída a Santo Hilário de Poitiers. O jingle natalino mais conhecido é Noite feliz. Escrito pelo sacerdote austríaco Joseph Mohr em 1818, a canção já foi traduzida para 330 idiomas. Além disso, não se pode esquecer do “bom velhinho”.

A figura do Papai Noel foi inspirada em um bispo chamado Nicolau. Nascido na Turquia, em 280 d.C., acredita-se que Nicolau costumava ajudar as pessoas pobres ao deixar moedas próximas às chaminés de suas casas. Transformado em santo pela Igreja Católica, sua festa é comemorada no dia 6 de dezembro, data em que morreu, no ano de 342 d.C. São Nicolau ganhou diversos nomes ao redor do mundo.
Até o final do século XIX, o Papai Noel tinha como características roupas de inverno marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou a imagem que hoje conhecemos. A roupa vermelha e branca com cinto preto ganhou destaque em 1931, quando a empresa Coca-Cola lançou uma campanha publicitária com o mesmo figurino, ressaltando as cores da própria marca. Deste então, a nova imagem do Papai Noel se espalhou e se popularizou pelo mundo.

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