EconomiaEspecialPandemiaSaúde

Gasto com descarte de insumos hospitalares aumenta na pandemia

Empresas especializadas recolhem materiais descartáveis com ou sem secreções por causa da disseminação da COVID-19

por Gabryel Biavatti e Maelly Nunes

Os recursos gastos com o descarte de lixo do Hospital Regional Adamastor Teixeira de Oliveira, em Vilhena, subiram 56,25% durante a pandemia. O aumento da utilização de insumos hospitalares para os tratamentos da COVID-19 ocasionou na subida dos números de descarte. O hospital gastou aproximadamente R$448 mil com o descarte de lixo, de março de 2019 a março de 2020. No mesmo período entre 2020 e 2021, o valor cresceu para mais de R$700 mil, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do município.

+ IFRO utiliza impressora 3D para auxiliar no combate à pandemia

Sangue e secreção eram os materiais retirados pelas empresas especializadas no descarte de lixo hospitalar. Com a COVID-19, todo material descartável que tenha sido utilizado com pacientes passou a ser coletado por essas empresas, segundo o gerente da Paz Ambiental, Edelson Souza. Por isso, os valores gastos aumentaram mais de 50%.

A quantidade de lixo residencial subiu de 15% a 25% por conta das medidas de distanciamento e isolamento social, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Já o lixo hospitalar teve um aumento de até 20 vezes.

A utilização de itens como máscaras e luvas mais do que dobrou no Hospital Regional de Vilhena, segundo a gerente de enfermagem Mônica Oliveira. Antes da pandemia, as máscaras eram utilizadas apenas em salas de cirurgia ou para ter contato com pacientes com doença infectocontagiosa. Atualmente, todos os pacientes e profissionais devem utilizar máscaras por orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da vigilância sanitária.

AUMENTO DO USO DE INSUMOS HOSPITALARES

As máscaras se tornaram obrigatórias para profissionais da saúde e para pacientes nas partes internas dos hospitais. Esse fato já aumenta o lixo produzido em decorrência da pandemia. O atendimento de pacientes com COVID-19 fez esses números subirem ainda mais, de acordo com o diretor do Hospital Regional de Vilhena, Clair Cunha.

Para colaborar com a oferta de insumos para hospitais, uma parceria foi feita entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Hospital Ary Pinheiro, em Porto Velho. O projeto resultou na produção de itens, como acessórios para prender máscaras N95 atrás da cabeça.

A N95 é recomendada pela OMS, quando profissionais de saúde têm contato direto com pacientes com risco de contaminação. A equipe, formada por alunos e professores do IFRO, desenvolveu o acessório para melhor fixação da máscara.

Impressora desenvolve acessórios para máscaras N95. Fonte: MADE

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são essenciais para garantir a segurança dos profissionais da saúde e de outras áreas. Os objetos eram comuns no cotidiano apenas de ambientes hospitalares, mas agora fazem parte da realidade de outros profissionais, como em farmácias e mercados.

A adesão e o descarte desses materiais, consequentemente, aumentou. Os EPIs utilizados por toda a população neste período de pandemia são potenciais contaminadores e o seu descarte não pode ser feito sem o devido cuidado. Por esse motivo, os gastos com pagamento de empresas especializadas também cresceu, especialmente em hospitais.

Morcegada

Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ir para o conteúdo