Com desemprego em alta, cresce trabalho alternativo
por Kézia Rodrigues
Os profissionais que ficaram desempregados ou tiveram redução de carga horária por causa da pandemia precisaram recorrer a outra fonte de renda. O trabalho alternativo, aquele que não exige carteira assinada e não tem CNPJ, aumentou de forma considerável. Com a crise econômica e sanitária, muitas empresas optaram pelo home office, outras reduziram o quadro de funcionários com demissões.
O número de desempregados no Brasil ultrapassa 14 milhões, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Em Vilhena, é perceptível o aumento de pessoas que começaram trabalhos alternativos durante a pandemia da COVID-19. Eles utilizam grupos de vendas em redes sociais e aplicativos de mensagens, como Whatsapp e Facebook. Os anúncios dos produtos na internet servem para atingir o máximo de possíveis clientes.
Sandra Doroteia e Antônio Pereira ficaram desempregados nesse período. Ela trabalhou em diversos supermercados, como Pato Branco, Super Mais e Friron. Com o incentivo da família, resolveu fazer bolos para vender. Já Antônio abriu uma quitanda, onde vende verduras, frutas, mel e temperos. Como o seu irmão tem um supermercado, sabe como funciona o fornecimento das mercadorias.
Antônio tem planos de ampliar o negócio e continuar na profissão, mesmo após o fim da pandemia. Já Sandra trabalha também como voluntária na Guarda-Mirim, uma instituição educacional destinada a adolescentes, que utiliza métodos militares. Ela não recebe salário e não conseguiu emprego fixo em razão das dificuldades geradas pelo avanço da COVID-19.
Vanessa Gonçalves é professora e teve a carga horária reduzida, trabalhando apenas por escala. Com um salário menor, ela usa o tempo extra para fazer massas para vender, como pão, cuca, cueca virada e rosquinha. “Comecei após uma amiga pedir para fazer para ela. Vendo para amigos, conhecidos e para minha família. O trabalho tem me ajudado porque comida sempre vende, um dia vende mais, outro menos, mas sempre vende”, contou. Como conseguiu uma quantidade boa de clientes fiéis, ela pretende continuar vendendo após a pandemia.
Josinete Torres encontrou um jeito de continuar vendendo frutas e verduras, mesmo com as dificuldades impostas pelo novo coronavírus. Ela mora em Vilhena há 3 anos e trabalhava nas feiras livres. Com a pandemia e o fechamento do comércio, montou sua barraca de quitanda em frente à sua casa. Como essa é sua única fonte de renda e ainda paga aluguel, Josinete precisou fazer essa adaptação.