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BUDISMO: estudos marcam prática da religião na cidade

por Brunna Peres

O Brasil possui cerca de 245 mil budistas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Rondônia, encontra-se um grupo de aproximadamente 600 adeptos da religião. A segmentação do budismo praticado em Vilhena é o Nichiren Daishonin, com quase 100 frequentadores, um número pequeno se comparado com outras religiões presentes na cidade. Fora do país, o maior número está em nações como Japão, China, Tibete e Tailândia.

A líder da divisão feminina em Vilhena, Maria do Carmo, pratica, desde 1989, o budismo, que como outras religiões, possui diversas vertentes. “Existem várias igrejas evangélicas como a Batista, Assembléia de Deus, Universal que possuem suas semelhanças, mas apresentam ensinamentos diferentes, e no budismo também é assim”, relata.

 

A prática da religião em Vilhena acontece por meio de reuniões em grupos, palestras e eventos. A sede é localizada em uma casa no centro da cidade, onde ocorrem os principais encontros. Como cada atividade apresenta uma abordagem diferente, as reuniões são realizadas nas residências dos praticantes. Todos recebem seus materiais para os estudos e o jornal mensal Soka Gakkai International, com os principais acontecimentos no Brasil sobre a religião budista.

Maria Olinda pede proteção com a oração Daimoku antes de sair de casa. Foto: Brunna Peres
Maria Olinda pede proteção com a oração Daimoku antes de sair de casa. Foto: Brunna Peres

Os estudos com temáticas diferentes servem para os seguidores tomarem mais conhecimentos sobre determinados assuntos e aprenderem a lidar com todas as situações e diversidades que ocorrem em suas vidas. Maria Olinda, de 65 anos, diz que as práticas que realiza durante o seu dia trazem coragem, esperança e força para continuar fazendo as suas atividades diárias.

Os adeptos do budismo Nichiren Daishonin acreditam que todas as pessoas têm o potencial para atingirem a iluminação, um estado de pureza e felicidade. O seu ensino mais importante está exposto no Sutra do Lótus, uma espécie de escritura sagrada. A religião se baseia na fé, prática e estudo. As orações são feitas diante do Gohozon, uma espécie de oratório que contém um pergaminho de respeito e concentração, no qual eles recitam o Daimoku, conhecido também como mantra sagrado. A repetição da oração “Nam-myoho-rengue-kyo” significa “devoto a minha vida à profunda lei de causa e feito”. Essa prática é uma oração que serve para revelar a natureza do Buda e alcançar de maneira mais rápida a sabedoria para lidar com diversos dilemas.

 

Maria do Carmo é líder da divisão feminina em Vilhena. Foto: Nathiely Carvalho.
Maria do Carmo é líder da divisão feminina em Vilhena. Foto: Nathiely Carvalho.

O budismo é praticado ainda por poucas pessoas em Vilhena, comparado com religiosos católicos e evangélicos. “Como as pessoas não escutam na mídia, julgam sem conhecimento, mas não buscamos fazer propaganda e sim passar informações de pessoa para pessoa, de coração para coração”, relata a líder local. Os líderes do budismo Nichiren Daishonin buscam trazer novos participantes através de convites para os encontros. A ideia é que as pessoas conheçam as práticas e as crenças por meio de conversas, nunca através de publicações na mídia.

Maria do Carmo era católica, quando conheceu a religião através de um amigo, em Vilhena. A hesitação só diminuiu por causa do desejo de engravidar, e nada no catolicismo a tinha ajudado nesse aspecto. “Às vezes, algumas pessoas nascem com o carma pesado, de saúde, financeiro, familiar. E é ensinado no budismo que ele pode ser transformado através da oração e crença, podendo ser melhorado”, esclarece.

 

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Morcegada

Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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