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ARTE É TERAPIA: artesanato ajuda no tratamento de doenças mentais

por Aline Mattos e Rafaela Alves

Com diferentes estilos e técnicas, o artesanato ganha uma função terapêutica, para além de uma atividade para geração de renda. Os psicólogos afirmam que a prática ajuda no tratamento de pessoas com doenças como depressão, síndrome do pânico e ansiedade.

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Sueli Bulian, de 50 anos, descobriu há 6 anos que tem síndrome do pânico, com ataques angústia, desespero e sentimento de morte. Como já produzia panos de prato, o médico a orientou que se dedicasse mais ao artesanato, e foi o que ela fez. “Eu pensava em parar, mas a minha médica disse que eu não devia. E foi o artesanato que me ajudou a melhorar. Quando vêm encomendas, minha mente se ocupa e não pensa besteiras”, contou.

Em 2018, além dos panos de prato, Sueli trabalha com vários tipos de confecções. Ela produz capa de bujão de gás, cama e roupa de cachorro, peso de porta, entre outras peças. Com o aumento de clientes, ela desenvolveu sua própria marca e agora faz entregas para lojas da cidade. Mesmo com o sucesso, o retorno maior não é financeiro. “Meu esposo é gerente de um banco e algumas pessoas falam que eu não preciso do artesanato para viver. Elas estão enganadas, eu preciso, sim. Ele é que me ajudou a me recuperar”, disse.

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A psicóloga Daniele Naconechny explicou que o artesanato ajuda na mudança de pensamento e percepção, principalmente para pessoas com síndrome do pânico. O indivíduo fica mais relaxado, pois se concentra na atividade. Naconechny garante que o artesanato pode ser utilizado como terapia em todos os casos de transtornos mentais.

“Nas pessoas que sofrem com ansiedade, o artesanato serve como forma de alívio da tensão. No caso da depressão é maravilhoso, pois a pessoa tende a se isolar do convívio social, e o artesanato vem então como uma atividade para ocupar a mente”, explicou.

Foi exatamente o que fez Maria Aparecida, de 58 anos. Há 10 anos, em 2008, foi diagnosticada com depressão. O marido é caminheiro e ela passa muito tempo sozinha em casa, então, buscou alívio na pintura de telas. “O médico me passou a medicação e por conta própria continuei no artesanato. Eu vivia chorando pelos cantos, sentia vontade até de morrer. Hoje, estou melhor, continuo com a medicação e com o artesanato, porque é o que me ajuda”, afirmou a artesã.

Ana Pereira, de 57 anos, trabalhou como professora por 26 anos. Ao se aposentar, também encontrou no artesanato uma ocupação para prevenir doenças como a depressão. “Para mim, é uma terapia, me sinto mais leve quando estou trabalhando com meu artesanato. Faço para me sentir bem e me sinto realizada. Fico muito feliz quando vejo uma pessoa usando um colar meu, ir em uma casa e ver um item que fiz, é uma realização pessoal”, relatou.

Quando o marido faleceu, há 7 anos, Ana sentiu que precisaria investir mais tempo no artesanato. “Enquanto estava trabalhando em uma peça, me preocupava em fazer algo bom e me dispersava da solidão. Então, eu e o artesanato, naquele momento era o mais importante. Até hoje, quando acordo triste, vou fazer artesanato. Deixo tudo que tenho para fazer, coloco uma música, fico eu e minha arte e o tempo passa”, revelou, demonstrando que o artesanato pode ser uma atividade prazerosa.

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Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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